segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A Dança do Ventre e os 5 Elementos


Numa aula de Dança do Ventre são compartilhadas técnicas que nos re-conectam com uma dimensão de nós mesmas que fica soterrada no dia-a-dia. Cada aula é um encontro de celebração do feminino na consciência corporal, nos movimentos, e na música. Como nos antigos rituais em que as mulheres se encontravam para reverenciar as forças da Natureza, montando altares em que estavam representados Água, Terra, Fogo e Água, numa aula ou ensaio de Dança do Ventre também existe um movimento de harmonização interna dos elementos.

Ar - corresponde ao início da aula, através de exercícios de respiração; respirar nos conecta com o aqui-e-agora, além de preparar o corpo para realizar os movimentos com mais consciência; de acordo com Alexander Lowen, pai da Bio-energética, da oxigenação depende também o grau de prazer que experimentamos na vida.

Terra - corresponde ao alongamento, quando nos voltamos para nosso espaço interior, passando pelo portal concreto que é o nosso corpo; a respiração continua e "areja a terra", trazendo consciência, pouco a pouco, também para o nosso cotidiano.

Fogo - corresponde ao estudo da técnica propriamente dita, principalmente no que diz respeito aos quadris. O movimento pélvico faz despertar a Kundalini, energia sexual ascendente que se eleva em direção aos céus e renova o espírito.

Água - coresponde à dança livre, momento em que a bailarina deixa fluir todos os pensamentos e sentimentos em forma de poesia no espaço, até se perder no movimento, entregue à música; é quando desaparece o dançarino e permanece apenas a Dança, e nos sentimos menos sólidas, mais fluidas...

Éter - dentro de uma proposta meditativa, corresponde ao relaxamento final, quando voltamos nossa percepção para o nosso interior; a partir daí, as palavras já não alcançam mais a experiência; é o mergulho no silêncio, na eterna dança imóvel que se realiza no centro de nós; é o quinto elemento, contato com o amor em sua forma mais límpida - a consciência pura.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Estrutura da aula


A estrutura de uma aula de Dança do Ventre varia de acordo com cada professora, assim como a turma e a atmosfera em que se desenvolve esse encontro de mulheres consigo mesmas, umas com as outras e com a música. É muito importante que este seja um momento de respeito com o próprio corpo, um momento lúdico, mas também que possibilite a cada uma estar em silêncio - para que se conecte com seu coração e encontre sua verdadeira dança. Um encontro de duas horas de duração pode ser estruturado assim:

1) Aquecimento energético - preparação do espírito para a aula, quando desconectamos do espaço cotidiano e entramos em sintonia com nosso corpo, nossa respiração, estar presente.

2) Alongamento articular geral e específico da Dança do Ventre - preparação do corpo para os movimentos que envolvem pernas, quadril, tronco, ombros, braços, mãos, cabeça - ou seja, o corpo todo!

3) Técnica de Dança - movimentos praticados isoladamente e em pequenas seqüências, combinando diferentes grupos de movimentos, como os de quadril e braços, por exemplo, assim como giros, movimentos no solo, deslocamentos, e outros.

4) Instrumento usado na Dança - momento em que são estudados e praticados diferentes instrumentos como as taças (com velas acesas), o véu, os snujs, o bastão, o Chamadan, a espada, e outros.

5) Dança livre - momento em que se esquece um pouco a técnica, colocando a mente de lado e se entregando de corpo e alma à música. É esse o momento da alquimia (ler Osho: alquimia da dança, abaixo), em que "desaparece o dançarino e somente a dança permanece".

6) Alongamento final - hora de aprofundar o alongamento iniciado anteriormente, aproveitando o aquecimento muscular proporcionado pela dança, e de preparar o corpo para o próximo estágio do trabalho.

7) Relaxamento - técnicas de massagem, auto-massagem, respiração e visualização, compartilhadas no intuito de aprofundar o relaxamento, oásis no turbilhão do mundo, e facilitar o contato de cada uma com seu espaço interno de silêncio.

Meus Professores

Comecei a estudar Dança do Ventre em Brasília, com a querida Pritama, no Osho Khalid Centro de Meditação, em 2000 - apenas 3 meses depois de dar à luz minha filha Débora. A Pritama sempre encorajou todas as suas alunas a ter aulas com o máximo de professores possível - e foi isso que fiz. Desde então, tive aulas também com as bailarinas brasileiras de renome internacional Lulu Sabongi, Nájua, e Soraia Zaied; as amadas Kahina, Mayara, Monah Souad, e Aziza Mor Said, da Khan el Khalili; também da Casa de Chá, as bailarinas de Brasília e, agora do mundo, Amoura Saliba, Íris e Devadasi; o querido Mahmoud el Masri, músico egípcio radicado em Brasília, e lendas vivas da Dança Árabe Raqia Hassan, Morocco, Yousri Sharif e Mahmoud Reda - com quem estou na foto acima, num dos momentos mais felizes da minha vida!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Osho: alquimia da dança


“Dançar é uma experiência, um experimento para colocar seu corpo, sua mente, sua alma em harmonia. Dançar é uma das coisas mais cheias de ritmo. Se você estiver realmente dançando, não haverá nenhuma outra atividade que crie tamanha unidade. Se você estiver sentado, o corpo não estará sendo usado, você estará usando apenas sua mente. Se você estiver correndo muito rápido, fugindo, então você usará seu corpo e não sua mente. Mas, ao dançar, você não estará nem sentado nem fugindo. É um movimento gracioso, alegre. O corpo se move, a energia flui, a mente se move, a mente está fluindo. E quando corpo e mente estão fluindo, ambos se fundem. Corpo e alma se tornam um só, surge uma alquimia.”

Osho